Seminário Anual de Pesquisas da ESPM-Rio

Data: 01/11/2018

Em 31 de outubro e 1º de novembro de 2018, o Seminário Anual de Pesquisas da ESPM-Rio foi realizado no Museu do Amanhã. No segundo dia do Seminário, o LCC teve espaço para apresentar as pesquisas medulares e individuais realizadas pelos seus membros. A apresentação dos resultados, dos desdobramentos e dos caminhos futuros das pesquisas ficou a cargo do coordenador e pesquisador do LCC, Diego Santos Vieira de Jesus.

Seminário ‘Jornada Maria José de Castro Rebello: um século de mulheres diplomatas no Itamaraty’

Data: 27/09/2018

A pesquisadora do LCC Karla Gobo participou, em Brasília (DF), do seminário “Jornada Maria José de Castro Rebello: um século de mulheres diplomatas no Itamaraty”. O seminário foi realizado pela Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), em colaboração com o Grupo de Mulheres Diplomatas, no Auditório Paulo Nogueira Batista, Anexo II do Palácio Itamaraty.

No evento, a apresentação de Gobo focou no papel das mulheres na diplomacia brasileira.

Link: https://www.youtube.com/watch?v=f1YTVDBTV8c&t=0s&list=PLY4MsNDouGfgetBgfgd0ZVCfOS4-2ZAcF&index=2

 

Reuniões do LCC – Primeiro semestre de 2018

Os membros do LCC realizam reuniões semanais para a discussão da produção acadêmica e técnica e das iniciativas de inserção social e internacionalização do Laboratório.

As reuniões ocorrem às quintas-feiras, das 14h às 17h, na ESPM-Rio (Rua do Rosário, 90).

 

Dia: 22/02/2018

Discussão: Apresentação e debate do plano de ação do LCC para 2018

Conclusões: Os status das pesquisas em andamento e finalizadas foi confirmado.

Itens de ação: Foram estabelecidas tarefas individuais aos membros do LCC com relação à produção de atividades acadêmicas e técnicas.

Membros presentes: Todos.

 

Dia: 01/03/2018

Discussão: Debate em torno das pesquisas medulares

Conclusões: Após a apresentação do andamento das pesquisas medulares do LCC, os membros ofereceram sugestões para a realização de aprimoramentos nas pesquisas existentes e a criação de novas pesquisas medulares.

Itens de ação: Indicação de aprimoramentos na pesquisa “Observatório da Marca Rio” e criação das pesquisas “Educação e Economia Criativa: desafios e oportunidades”.

Membros presentes: Diego Santos Vieira de Jesus, Patricia Cerqueira Reis, Daniel Kamlot, Fabro Boaz Steibel, Veranise Jacubowski Correia Dubeux, Adriane Figueirola Buarque de Holanda, Karla Lisandra Gobo e Isabella Moreira Pereira de Vasconcellos.

 

Dia: 08/03/2018

Discussão: Debate em torno das pesquisas individuais

Conclusões: Após a apresentação do andamento das pesquisas individuais, os membros ofereceram sugestões para a realização de aprimoramentos nas pesquisas existentes e a criação de novas pesquisas individuais.

Itens de ação: Indicação de aprimoramentos na pesquisa “O camelódromo: o centro de muitos centros da cidade” e “Inovação e economia colaborativa” e criação das pesquisas “Os partidos políticos na internet”, “Análise de projetos e políticas em cidades criativas: o caso do Rio de Janeiro” e “Gênero e Sexualidades na Economia Criativa”.

Membros presentes: Diego Santos Vieira de Jesus, Patricia Cerqueira Reis, Veranise Jacubowski Correia Dubeux, Fabro Boaz Steibel (via Skype), Adriane Figueirola Buarque de Holanda, Rafael Moraes do Nascimento e Karla Lisandra Gobo.

 

Dia: 15/03/2018

Discussão: Debate em torno dos eventos organizados pelo LCC e dos eventos acadêmicos

Conclusões: Os membros presentes trouxeram sugestões de eventos a serem realizados pelo LCC ao longo de 2018.

Itens de ação: Sugestão de eventos como “Economia criativa nos próximos 4 anos”, propostas de academias e indicação de eventos nacionais e internacionais para a submissão de propostas.

Membros presentes: Todos.

 

Dia: 22/03/2018

Discussão: Debate em torno dos projetos de discentes

Conclusões: Os membros do LCC ofereceram sugestões para os artigos e os trabalhos de conclusão de curso dos alunos do MPGEC.

Itens de ação: Proposição de melhorias no material acadêmico produzido pelos discentes do MPGEC orientados por pesquisadores do LCC.

Membros presentes: Diego Santos Vieira de Jesus, Patricia Cerqueira Reis, Daniel Kamlot, Fabro Boaz Steibel e Veranise Jacubowski Correia Dubeux.

 

Dia: 29/03/2018

Discussão: Debate em torno das pesquisas medulares

Conclusões: Os membros apresentaram os resultados parciais das pesquisas medulares à luz da reunião anterior sobre o tema e indicaram os passos seguintes de cada pesquisa.

Itens de ação: Apresentação dos resultados parciais das pesquisas “Observatório da Marca Rio” e “Educação e Economia Criativa: desafios e oportunidades” e indicação dos próximos passos e dos produtos de cada uma.

Membros presentes: Diego Santos Vieira de Jesus, Patricia Cerqueira Reis, Daniel Kamlot, Fabro Boaz Steibel (via Skype) e Veranise Jacubowski Correia Dubeux.

 

Dia: 05/04/2018

Discussão: Debate em torno das pesquisas individuais

Conclusões: Os membros apresentaram os resultados parciais das pesquisas individuais à luz da reunião anterior sobre o tema e indicaram os passos seguintes de cada pesquisa.

Itens de ação: Apresentação dos resultados parciais das pesquisas “O camelódromo: o centro de muitos centros da cidade”, “Inovação e economia colaborativa”, “Os partidos políticos na internet”, “Análise de projetos e políticas em cidades criativas: o caso do Rio de Janeiro”, “Gênero e Sexualidades na Economia Criativa”, “O perfil das áreas de comunicação corporativa do Rio de Janeiro” e “A perspectiva de valor da marca sustentável na decisão de compra do consumidor”

Membros presentes: Todos.

 

Dia: 12/04/2018

Discussão: Debate em torno dos eventos organizados pelo LCC e dos eventos acadêmicos

Conclusões: Os membros apresentaram o andamento da organização dos eventos sugeridos na reunião anterior sobre o tema, indicaram chamadas para congressos nacionais e internacionais e avaliaram as participações em eventos acadêmicos pelos pesquisadores e discentes.

Itens de ação: Acompanhamento da organização dos eventos “A Economia Criativa nos próximos 4 anos” e da academia “Reviewing Scientific Manuscripts” e avaliação da participação dos membros do LCC na I Jornada de Consumo e Sociabilidades.

Membros presentes: Diego Santos Vieira de Jesus, Patricia Cerqueira Reis, Daniel Kamlot, Veranise Jacubowski Correia Dubeux e Roberto Sá Filho

 

Dia: 19/04/2018

Discussão: Preparação dos discentes para o exame de qualificação do MPGEC

Conclusões: Os pesquisadores do LCC ofereceram recomendações ao estudante Leonardo Zeitune para seu exame de qualificação.

Itens de ação: Sugestão de adaptações no projeto de dissertação de Leonardo Zeitune

Membros presentes: Diego Santos Vieira de Jesus, Patricia Cerqueira Reis, Daniel Kamlot e Veranise Jacubowski Correia Dubeux.

 

Dia: 26/04/2018

Discussão: Debate em torno das pesquisas medulares

Conclusões: Os membros apresentaram os resultados parciais das pesquisas medulares à luz da reunião anterior sobre o tema e indicaram os passos seguintes de cada pesquisa.

Itens de ação: Apresentação dos resultados parciais das pesquisas “Observatório da Marca Rio” e “Educação e Economia Criativa: desafios e oportunidades” e indicação dos próximos passos e dos produtos de cada uma.

Membros presentes: Diego Santos Vieira de Jesus, Patricia Cerqueira Reis, Veranise Jacubowski Correia Dubeux e Daniel Kamlot.

 

Dia: 03/05/2018

Discussão: Debate em torno das pesquisas individuais

Conclusões: Os membros apresentaram os resultados parciais das pesquisas individuais à luz da reunião anterior sobre o tema e indicaram os passos seguintes de cada pesquisa.

Itens de ação: Apresentação dos resultados parciais das pesquisas “Os partidos políticos na internet”, “Análise de projetos e políticas em cidades criativas: o caso do Rio de Janeiro” e “Gênero e Sexualidades na Economia Criativa”.

Membros presentes: Diego Santos Vieira de Jesus, Patricia Cerqueira Reis, Daniel Kamlot, Veranise Jacubowski Correia Dubeux, Adriane Figueirola Buarque de Holanda e Karla Lisandra Gobo.

 

Dia: 10/05/2018

Discussão: Debate em torno dos eventos organizados pelo LCC e dos eventos acadêmicos

Conclusões: Os membros apresentaram o andamento da organização dos eventos sugeridos na reunião anterior sobre o tema, indicaram chamadas para congressos nacionais e internacionais e avaliaram as participações em eventos acadêmicos pelos pesquisadores e discentes.

Itens de ação: Acompanhamento da organização da academia “Reviewing Scientific Manuscripts” e preparação para apresentação no IX Seminário Internacional de Políticas Culturais.

Membros presentes: Diego Santos Vieira de Jesus, Patricia Cerqueira Reis, Daniel Kamlot e Veranise Jacubowski Correia Dubeux.

 

Dia: 17/05/2018

Discussão: REUNIÃO CANCELADA.

 

Dia: 24/05/2018

Discussão: Debate em torno das pesquisas medulares

Conclusões: Os membros apresentaram os resultados parciais das pesquisas medulares à luz da reunião anterior sobre o tema e indicaram os passos seguintes de cada pesquisa.

Itens de ação: Apresentação dos resultados parciais das pesquisas “Observatório da Marca Rio” e “Educação e Economia Criativa: desafios e oportunidades” e indicação dos próximos passos e dos produtos de cada uma.

Membros presentes: Diego Santos Vieira de Jesus, Patricia Cerqueira Reis, Veranise Jacubowski Correia Dubeux e Daniel Kamlot.

 

Dia: 31/05/2018

Discussão: Debate em torno das pesquisas individuais

Conclusões: Os membros apresentaram os resultados parciais das pesquisas individuais à luz da reunião anterior sobre o tema e indicaram os passos seguintes de cada pesquisa.

Itens de ação: Apresentação dos resultados parciais das pesquisas “Os partidos políticos na internet”, “Análise de projetos e políticas em cidades criativas: o caso do Rio de Janeiro” e “Gênero e Sexualidades na Economia Criativa”.

Membros presentes: Diego Santos Vieira de Jesus, Patricia Cerqueira Reis, Daniel Kamlot, Veranise Jacubowski Correia Dubeux, Adriane Figueirola Buarque de Holanda e Karla Lisandra Gobo.

 

Dia: 07/06/2018

Discussão: Debate em torno dos eventos organizados pelo LCC e dos eventos acadêmicos

Conclusões: Os membros apresentaram o andamento da organização dos eventos sugeridos na reunião anterior sobre o tema, indicaram chamadas para congressos nacionais e internacionais e avaliaram as participações em eventos acadêmicos pelos pesquisadores e discentes.

Itens de ação: Acompanhamento da organização  da academia “Reviewing Scientific Manuscripts”, avaliação da participação no IX Seminário Internacional de Políticas Culturais e apresentação de proposta para comunicações a serem submetidas ao Encontro Nacional de Estudos de Consumo (ENEC).

Membros presentes: Diego Santos Vieira de Jesus, Patricia Cerqueira Reis, Daniel Kamlot e Veranise Jacubowski Correia Dubeux.

 

Dia: 14/06/2018

Discussão: Avaliação dos resultados parciais das pesquisas medulares no primeiro semestre de 2018.

Conclusões: Os membros apresentaram os resultados parciais de suas pesquisas medulares, avaliaram tais resultados e fizeram recomendações para o andamento dessas pesquisas no segundo semestre.

Itens de ação: Avaliação dos resultados parciais das pesquisas “Observatório da Marca Rio” e “Educação e Economia Criativa: desafios e oportunidades”

Membros presentes: Diego Santos Vieira de Jesus, Patricia Cerqueira Reis, Veranise Jacubowski Correia Dubeux e Daniel Kamlot

 

Dia: 21/06/2018

Discussão: Avaliação dos resultados parciais das pesquisas individuais no primeiro semestre de 2018.

Conclusões: Os membros apresentaram os resultados parciais de suas pesquisas individuais, avaliaram tais resultados e fizeram recomendações para o andamento dessas pesquisas no segundo semestre.

Itens de ação: Avaliação de todas as pesquisas individuais conduzidas pelos pesquisadores do LCC.

Membros presentes: Todos.

 

Dia: 28/06/2018

Discussão: Avaliação dos eventos realizados no primeiro semestre pelo LCC, recomendações para novos eventos e preparação para eventos internacionais pelos membros

Conclusões: Os membros avaliaram o andamento da organização dos eventos que seriam realizados no segundo semestre e os pontos que precisam ser aprimorados à luz dos eventos realizados no primeiro, recomendaram novos eventos visando à preparação para os discentes do MPGEC nos exames de qualificação e apresentaram as perspectivas acerca da participação em eventos internacionais no mês de julho.

Itens de ação: Avaliação dos resultados dos eventos do primeiro semestre e proposta de evento de preparação de estudantes do MPGEC para os exames de qualificação.

Membros presentes: Diego Santos Vieira de Jesus, Patricia Cerqueira Reis, Veranise Jacubowski Correia Dubeux, Daniel Kamlot e Roberto Sá Filho.

Elas lá !

Dias: 07/07/2018, 14/07/2018 e 11/08/2018

Horário: 15h

Local: Nex Rio Lounge (Ladeira da Glória, 26. Glória, Rio de Janeiro)

Realização: Escola da Política

Evento: “Elas Lá !”. Rodas de Conversa, Eleições 2018

As rodas de conversa “Elas lá!” trazem para a discussão a temática de gênero e outros temas relevantes no contexto das eleições de 2018. A mediação das rodas será feita pela pesquisadora do LCC Karla Gobo.

Em 07/07/2018, a roda de conversa será com Luciana Boiteux (PSOL); em 14/07/2018, com Verônica Lima (PT); e em 11/08/2018, com Tainá de Paula (PC do B).

 

 

As mulheres na diplomacia brasileira

No episódio do “Elas Chutando a Escada”, a pesquisadora do LCC Karla Gobo fala sobre os desafios e as dificuldades enfrentadas pelas mulheres nos bastidores do principal órgão responsável pela condução da política externa brasileira, o Itamaraty. O “Chutando a Escada” faz parte do Portal Deviante.

Link: http://pca.st/episode/76d9dbbd-e4d0-4b3f-84ca-a7512bcbf37b

Imagem: Veja

Exame de Qualificação de Marina Band

Data: 09/03/2018

A estudante Marina Band Macedo foi aprovada no exame de qualificação do projeto de dissertação de Mestrado, intitulado “Gestão coletiva de direitos: considerações sobre o recolhimento dos direitos autorais por exibição pública no segmento audiovisual”. O trabalho de conclusão de curso é um dos pré-requisitos para a obtenção do título de Mestre pelo Programa de Mestrado Profissional em Gestão da Economia Criativa (MPGEC), da ESPM-Rio.

O projeto foi orientado pelo professor e pesquisador do LCC Diego Santos Vieira de Jesus. Fizeram parte da banca como avaliadores os professores João Luiz de Figueiredo, também pesquisador do MPGEC da ESPM-Rio, e Luís Alexandre Grubits de Paula Pessôa, da PUC-Rio. A pesquisadora do LCC, Karla Gobo, foi especialista convidada na realização do exame de qualificação.

Quais os desafios para as mulheres em ano eleitoral?

Por Karla Gobo*

 

(Texto originalmente produzido para a Escola da Política)

 

Pensar a necessidade da participação da mulher na disputa político partidária requer pensar o próprio modelo de democracia. Numa sociedade complexa, com inúmeros interesses, não seria estranho ter uma classe política razoavelmente homogênea? Composta basicamente por homens brancos, em sua maioria acima dos quarenta anos, de alta escolaridade e pertencentes às frações de classe mais altas num país marcado por tamanhas desigualdades como o Brasil? Se pensarmos a democracia como construção do consenso através do conflito entre posturas e opiniões divergentes, não estaria faltando maior diversidade no sentido de aumentar os pontos de conflito a fim de construir consensos mais complexos, mas também mais sólidos? Assim não se estaria também aumentando a qualidade da democracia com maior equilíbrio de forças para que nenhum grupo pudesse por em risco os demais? Se uma democracia é formular, exprimir e ter suas preferências consideradas na conduta do governo, não estaríamos deixando as nossas proposições serem comandadas por preferências diferentes e até mesmo contrárias as nossas? Em outras palavras, a diversidade dos nossos interesses, experiências e opiniões não estaria sendo representada por um grupo demasiadamente pequeno? Sendo assim, será que não há uma desconexão entre os representantes e representados?

 

A disparidade de gênero não é uma peculiaridade brasileira. O Brasil tem pouco mais de 10% de deputadas federais quando a média mundial é de 22,1%. Estamos no 154º lugar entre 193 países, à frente apenas de alguns países árabes, do Oriente Médio e de ilhas polinésias. No executivo a situação é ainda pior, configuramos na 167ª posição no ranking mundial de participação de mulheres no executivo, que analisou 174 países.[1]

 

Dentre os países latino americanos a Argentina tem aproximadamente 39% de representação feminina. Bolívia 53%, Peru 27%, Venezuela 22%, México 43%. Dentre os países desenvolvidos EUA 19%, Canadá 26%, França 26%, Alemanha 37%.

 

Em 1997 foi estabelecida uma lei que propunha a reserva de vaga de 30% para candidaturas mulheres. Como muitos partidos não respeitavam a regra por se tratar de reserva e não de obrigatoriedade em 2009 a lei foi alterada[2]. Nesta nova configuração, os partidos devem preencher no 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.

 

Entretanto, nas municipais de 2016 12,5% de todas as mulheres inscritas para disputar a eleição não recebeu nenhum voto, ao contrário dos 2,6% dos candidatos do sexo masculino. Nestas mesmas eleições municipais, notou-se uma distinção na distribuição de recursos pelos partidos que tendem a privilegiar candidaturas do sexo masculino. Mas felizmente tivemos algumas melhoras, segundo a pesquisa realizada e divulgada pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). Em 2008 eram 6.450 mulheres. Em 2012 as Câmaras municipais contavam com 7.782 vereadoras e em 2016 foram eleitas 7.803.

 

Os desafios vão desde o enfrentamento das violências física e simbólicas que as mulheres em geral são cotidianamente expostas. Violências e exclusões diárias nos ambientes públicos e privados, que veem com desconfiança ou repúdio a participação feminina em cargos públicos ou de chefia. A título de exemplo basta lembrar o tipo de manifestação contra o aumento dos combustíveis no governo Dilma que gerou um tipo de reação em nada comparável no governo Temer, que também já assistiu a algumas alterações nos preços.

 

Essa estrutura desigual pede ações efetivas de enfrentamento na vida pública e privada. Na vida pública isso vai desde não aceitar menos do que seu colega de trabalho que ganha em média 30% a mais realizando a mesma tarefa, até se posicionar contra os assédios de chefes e colegas de trabalho. Assédios que podem ser um convite para jantar, um comentário sobre seu batom ou roupa durante uma reunião de trabalho ou constrangimentos por conta da maternidade ou orientação sexual.

 

Para a participação na vida política, é fundamental que as mulheres passem a exigir participação equitativa nos diretórios e executivas dos partidos. Para se ter uma ideia das desigualdades nas estruturas partidárias dos grandes partidos: o PT é aquele com uma divisão mais igualitária nos seus diretórios, com aproximadamente 46% de mulheres. O PSDB tem aproximadamente 25%. o PMDB 11% e o DEM 4%. Nas executivas nacionais com exceção da pequena melhora do PMDB (13%) e o empate do DEM (4%), o PT tem apenas 32% e PSDB 23%[3]. Lembrando que esses cargos são fundamentais para a visibilidade e a divisão mais igualitária entre os recursos destinados para as candidaturas.

 

Tradicionalmente os partidos localizados à esquerda do espectro ideológicos têm uma divisão mais equitativa nos seus postos de direção. Isso pode ser explicado pela forma como eles nascem, com suas bases nos movimentos sociais, estudantis e sindicais. No entanto, é preciso lembrar que os índices melhores do Partido dos Trabalhadores é também reflexo da adoção de cotas de gênero naquele espaço desde 1991, enquanto os demais raramente explicitam a reserva de vagas em seus estatutos.

 

A disputa nos espaços públicos também requer mudanças nas relações nos ambientes privados, sobretudo na divisão das tarefas domésticas. Atualmente os homens ocupados trabalham, em média 41,1 horas no emprego e 10,5 horas em casa, totalizando 51,6 horas. Enquanto as mulheres utilizam 36,5 horas no emprego e 18 horas nos afazeres domésticos, somando assim 54,5 horas semanais.[4]

 

Enfim, para as mulheres os desafios são constantes e diários, não há espaço que não esteja marcado por formas de violência e exclusão físicas, materiais e simbólicas que precisam ser ativamente enfrentadas.

 

[1] https://nacoesunidas.org/brasil-fica-em-167o-lugar-em-ranking-de-participacao-de-mulheres-no-executivo-alerta-onu/

[2] A Lei nº 9.504/1997 passou para Lei nº 12.034/2009.

[3] http://www.generonumero.media/partidos-recorrem-candidatas-fantasmas-para-preencher-cota-de-30-para-mulheres/

[4] https://oglobo.globo.com/economia/mulheres-trabalham-oito-horas-mais-que-os-homens-nos-afazeres-domesticos-22156901

 

* Pesquisadora do Laboratório de Cidades Criativas e integrante da Escola da Política.

 

Imagem: Revista Gambiarra

A mulher na política e nas organizações

Por Karla Gobo*

 

A busca por informações sobre feminismo no Google cresceu 200% em 2 anos. A reflexão sobre as diferenças que foram naturalizadas durante séculos vem levando ao aumento de denúncias de abusos nos ambientes privado e público, assim como à ampliação do debate sobre o lugar que ocupamos neste mundo.

 

Cabe apresentar dois pontos desse cerceamento de espaços e condições marcadamente baseados no gênero. Desde 2009, os partidos são obrigados a reservar 30% de vagas para candidatas mulheres. Entretanto, nesses espaços, pouquíssimas ocupam cargos de direção. Elas são as que recebem os menores recursos para investir em suas candidaturas. O resultado disso é que, apesar do aumento do número de candidatas, o Brasil ainda tem pouco mais de 10% de deputadas federais, ocupando o vergonhoso 154º lugar dentre 193 países analisados pela União Interparlamentar. Isso nos leva a ocupar o incrível posto de terceira pior representatividade feminina na América Latina, perdendo apenas para Belize (183º) e Haiti (187º). Nas câmaras municipais, também não é diferente: desde 2004, o percentual de mulheres ficou abaixo de 15%.

 

Esta realidade não está somente na vida pública. As mulheres ganham 30% a menos desempenhando as mesmas funções de um colega homem e branco. No mercado de trabalho, as mulheres ocupam 44% dos postos de trabalho, mas apenas 16% estão nos cargos de CEOs. Isso ocorreu mesmo após consultorias como a McKinsey e Co. apontarem que a diversidade nos cargos de direção melhora o desempenho das empresas.

 

Seja no ambiente público ou no privado, o fato de ser mulher já nos coloca numa condição de desigualdade, vulnerabilidade e exposição a violências físicas e simbólicas que foram vistas como naturais durante séculos. Buscar informações, discursos e práticas que minimizem esta realidade é apenas procurar eliminar o enorme abismo que separa homens e mulheres ao nascer. Olhar para essas diferenças é o primeiro passo na luta pela igualdade.

 

* Pesquisadora do Laboratório de Cidades Criativas e integrante da Escola da Política

 

Imagem: HuffPost Brasil