Exame de Qualificação – Estudo de viabilidade de abertura de um colégio que possui uma educação não convencional no ensino infantil e fundamental, no Rio de Janeiro

Curso: Graduação em Administração de Empresas

Instituição: ESPM Rio

Orientandos: Camila Passos da Costa; Thaíssa Bruno; Tharika Lima

Orientador: Isabella Vasconcellos

Avaliador do LCC: Daniel Kamlot

Ano: 2018

Exame de Qualificação – Estudo de viabilidade para abertura de uma consultoria de Marketing

Curso: Graduação em Administração de Empresas

Instituição: ESPM Rio

Orientandos: Robson Felix Lemos Da Cunha; Sólon Cunha Rubem; Vanessa Santos Rodrigues Da Silva; Yago Lambert Oliveira

Orientador: Isabella Vasconcellos

Avaliador do LCC: Daniel Kamlot

Ano: 2018

Exame de Qualificação – Estudo de viabilidade de abertura de um aplicativo para engajamento de fãs

Curso: Graduação em Administração de Empresas

Instituição: ESPM Rio

Orientandos: João Henrique; Juliana Favale; Paulo Eduardo Anzai

Orientador: Isabella Vasconcellos

Avaliador do LCC: Daniel Kamlot

Ano: 2018

Seminário ’30 anos sem censura: a Constituição de 1988 e a Liberdade de Imprensa’

Data: 01/06/2018

O pesquisador do LCC Fabro Steibel foi convidado a fazer uma apresentação no Seminário “30 anos sem censura: a Constituição de 1988 e a Liberdade de Imprensa”, a ser realizado pelo Fórum Brasileiro sobre Liberdade de Imprensa do Conselho Nacional de Justiça, no Supremo Tribunal Federal, em Brasília (DF).

O objetivo do Seminário – que será realizado em 11/06/2018 – é  promover debates sobre o tema com membros do Poder Judiciário e integrantes da imprensa. Mais informações sobre o evento estão disponíveis neste link.

Fonte da imagem: CNJ.

O uso da Inteligência Artificial vai mudar a sua vida

Por Isabella Vasconcellos*

 

Você já pensou em conversar com um pão de forma no supermercado?

 

Aguarde, porque está chegando a hora. Você vai poder perguntar a ele quantas calorias tem em cada fatia, o seu valor nutritivo, o seu prazo de validade e outras coisas que lhe interessarem.

 

A Inteligência Artificial (IA) simula a capacidade humana de raciocinar, perceber, tomar decisões e resolver problemas por meio do uso da computação e da informática.

 

Essa ferramenta está sendo cada vez mais usada nas empresas. Segundo a Gartner, o uso da Inteligência Artificial para análise de dados deve representar um negócio de US$ 182,5 milhões no Brasil esse ano. Trata-se de uma área  que só tende a crescer, já que a previsão para 2020 é a de que cerca de 85% das interações dos consumidores com as companhias e marcas serão feitas com ferramentas de IA, sem a intermediação de humanos.

 

A Receita Federal acaba de anunciar que utilizará essa ferramenta para acelerar o andamento de milhares de processos tributários à espera de julgamento na primeira instância administrativa.

 

Mas certamente existem aplicações mais divertidas do que essa. Áreas como videogames, saúde, hotelaria e indústria automobilística já aplicam essa solução em seus negócios. As empresas de telefones celulares já estão aplicando a inteligência artificial no reconhecimento de face do usuário do aparelho.

 

No aplicativo móvel do Bradesco, um robô responde a 11 mil perguntas de clientes por dia.

 

Nos supermercados, a Inteligência Artificial que é baseada em complexos algoritmos consegue traçar o perfil de compra do consumidor e seu estilo de vida para realizar ofertas direcionadas, aumentando o volume de venda.

 

Hoteis internacionais já utilizam robôs no atendimento ao cliente na recepção e também na entrega de pedidos nos quartos.

 

Na arte e diversão, a IA também está presente e de forma divertida. No Projeto “A Voz da Arte” na Pinacoteca de São Paulo, o Watson, sistema de Inteligência Artificial da IBM, já proporciona aos visitantes a interação com algumas obras de arte. Isso tornou a exposição mais atraente para o público por conta do conteúdo extra apresentado ao longo do passeio.

 

Dois exemplos valem ser ressaltados na visita de estudantes de escolas à Pinacoteca como parte do programa de teste do sistema pela IBM. Por meio de IA, o visitante pode perguntar ao quadro “O MESTIÇO”, de Cândido Portinari, se ele jogava futebol. O sistema respondeu que o mestiço trabalhava muito e não tinha tempo para jogar futebol. Na segunda pergunta, o estudante queria saber se “O MESTIÇO” conhecia o jogador Neymar.

 

A segunda obra assistida por IA foi a escultura “O PORCO”, de Nelson Leirner. Diante da obra, os estudantes fizeram algumas perguntas sobre a idade do porco, onde ele vivia e quantos quilos ele pesava. Mas o grande desafio do Watson foi responder à seguinte pergunta: “Você conhece a Peppa Pig?”. Essa resposta não estava prevista no sistema.

 

A Inteligência Artificial ainda tem os seus desafios ao longo do caminho de aprimoramento.

 

Mas, com o grande investimento e o empenho das empresas, você, consumidor, poderá em breve conversar com o pão de forma. Só não se esqueça de usar os headphones para não causar estranheza aos demais consumidores.

 

* Pesquisadora do Laboratório de Cidades Criativas.

 

Imagem: SHOWMETECH

O coach e o coworking: uma parceria possível?

Por William Martins*

 

Opções para sediar um negócio em desenvolvimento existem, mas nem sempre atendem às necessidades do empreendedor

 

Quando saí do emprego em tempo integral para me dedicar ao coaching, minha primeira ideia foi largar o home office e ocupar uma mesa em um coworking. Juntar dois mercados em ascensão e que teriam tudo em comum: criatividade, colaboração, foco. Passado um ano de tentativas e erros, descobri que unir coaching com coworking é uma parceria improvável. E descobri o porquê.

 

Coaching é um mercado que cresce vertiginosamente. De 2009 a 2012, o número de coaches certificados no Brasil subiu de 350 para 1.100, de acordo com pesquisa da consultoria PwC e cresceu novos 300% entre 2012 e 2015, de acordo com pesquisa encomendada pela Internacional Coaching Federation (ICF).

 

Coworking é outro mercado que cresce muito. No Brasil, foi de 238 espaços em 2015 para 810 em 2017, um salto de 240%, justamente no período que o país enfrentou uma grave crise econômica e de emprego.

 

O que une coaching ao coworking é o sonho de construir um negócio próprio evitando desperdícios de dinheiro, tempo e energia. Nessa perspectiva, o coworking se propõe a fornecer infraestrutura para o empreendedor, por um baixo custo e dispensando-o de várias atividades-meio que comprometem sua produtividade. Há ainda uma promessa, nem sempre verbalizada, de que lá você estará em contato com conexões que ajudarão seu negócio a decolar em menos tempo.

 

Mas não encontrei isso na prática.

 

O primeiro motivo foi que o crescimento desses dois mercados os levou para caminhos opostos – o coach precisou oferecer cada vez mais para um público hipersegmentado, enquanto o coworking passou a reduzir sua proposta de valor para brigar por preços para um público cada vez mais amplo. Nesse cenário, o coach encontra no espaço compartilhado apenas um rateio não proporcional de uma sala comercial, mas permanece responsável por toda construção e condução de um negócio do zero.

 

O segundo motivo foi que, ao iniciar um negócio, raramente você possui recursos suficientes para torná-lo sustentável e só tem previsões e expectativas de quando isso irá acontecer. Logo, sem dinheiro, você busca soluções sem custo, mesmo que isso implique uma falta de profissionalismo ou dificulte o contato com fontes de conhecimento, experiências e relacionamento que contribuiriam para que seu negócio virasse em realidade.

 

Isso significa uma falha de mercado, porque os espaços de coworking não buscam conseguem, ou demonstram capacidade de construir um ecossistema catalisador de negócios que ultrapasse o “momento do cafezinho” e dos happy hours entre os residentes, comprometendo a entrega de valor a partir de uma experiência completa para os clientes. Ocorre que o modelo de trabalho que estamos acostumados é o ambiente corporativo, em que você pode focar, quase exclusivamente, nas atividades-fim do seu negócio – o coach conduz os processos de coaching, os advogados cuidam de suas causas, os arquitetos fazem projetos. Nesse modelo, não temos obrigações relacionadas ao processo de vendas, suporte a clientes, estratégias de marketing ou outra atividade-meio que componha o back office de uma empresa.

 

A verdade é que queremos sair ou saímos forçadamente do sistema organizacional tradicional, mas esse sistema ainda está entranhado em nossa forma de agir. Sob essa perspectiva, vi que não preciso de um espaço compartilhado de trabalho – algo que posso ter em uma das mais de 13 mil cafeterias espalhadas no Brasil – eu preciso de um ambiente fértil para que eu possa colaborar e ter a colaboração de outras pessoas que, assim como eu, ainda estão em busca da consolidação de seus modelos de negócio e fatias de mercado em um cenário altamente competitivo.

 

* Mestrando em Gestão da Economia Criativa pela ESPM-Rio e coach de carreira.

O marketing digital pode ser o caminho das próximas eleições

A pesquisadora do LCC Isabella Vasconcellos teve o artigo de sua autoria, “O marketing digital pode ser o caminho das próximas eleições”, publicado no Jornal do Brasil, em 14/03/2018.

Segue o texto na íntegra:

O MARKETING DIGITAL PODE SER O CAMINHO DAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES

Com a proibição de doações de pessoas jurídicas para as campanhas eleitorais atendendo a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997), usar o Marketing Digital pode ser um bom caminho para os candidatos às eleições de Outubro/2108.

Dos 210 milhões de brasileiros, 156 milhões são usuários da Internet e 78% estão em alguma rede social.

Das principais redes acessadas, o Facebook lidera com 130 milhões de brasileiros conectados, seguido pelo Whatsapp com 120 milhões, Youtube 98 milhões e o Instagram com 57 milhões (Social Media Trends 2018)

Na eleição de 2008 Obama venceu seus concorrentes por sete pontos percentuais fazendo extenso uso das tecnologias sociais que, na época, incluíram fóruns de discussão, vídeos virais, redes de celulares, mensagens de texto e blogs para se comunicar com o seu eleitorado.

Sua equipe criou uma comunidade “My.BarackObama.com” que foi usada para divulgar a sua campanha e arrecadar fundos de pequenos contribuintes:  corresponderam a US$ 639 milhões, quase o dobro do arrecadado pelo seu concorrente, McCain.

Além disso, baseado na coleta de informações do público, Obama desenvolveu a sua campanha com o auxílio de um software de relacionamento com o eleitor. Seu segredo foi a sua capacidade de ouvir e fazer com que cada pessoa se sentisse valorizada por isso.,

Pagar por links patrocinados nas redes sociais ou trabalhar com o Google Adwords não vai trazer os resultados esperados de engajamento dos eleitores. Será preciso envolvê-los criando conteúdos que Jonah Berger, professor de Marketing de Wharton School,em seu livro Contágio, chamou de Moeda Social, se referindo aos conteúdos que interessam aos leitores compartilhar com seus amigos e então divulgar o seu autor. É preciso gerar conteúdo de valor prático para o leitor e incentivar sua participação no ambiente promovendo a “Co-criação” de ações e conteúdos. Empresas como Lego, Batata Ruffles e Starbucks usaram a Co-Criação como ferramenta para engajar seus clientes e conseguiram aumentar significativamente seu lucro com as sugestões que receberam.

O eleitor precisa ser envolvido para se sentir parte da campanha, contribuindo com a sua construção e multiplicando o efeito que o Marketing Digital oferece. Em outubro estão previstos 144,1 milhões de eleitores em outubro de 2018, grande parte com acesso à internet.

O Marketing Digital vai permitir o uso de vídeos, redes sociais, fóruns de discussão, e-mail marketing, mensagens de texto e blogs gerando visibilidade e a interação com os eleitores.

Os líderes precisam promover a inovação, se tornarem mais acessíveis ao seu público e desenvolverem fãs.  Como disse Tom Daschle, mentor de Barack Obama no Senado, “a melhor forma de persuadir é com os ouvidos” (“A estratégia de Barack Obama”, editora Campus,2009).

Imagem: Eleitor Online

 

Resolver a violência no Rio de Janeiro demanda soluções criativas

Por Isabella Vasconcellos*

 

Não foram poucos os questionamentos acerca da intervenção na segurança do Estado do Rio de Janeiro. Alguns caracterizaram a decisão como uma grande jogada populista do governo federal. Outros reclamaram do fato de o titular do projeto ser um militar e não um civil.

 

Questionamentos à parte, o assunto é grave. E exige soluções criativas.

 

Usando o recurso da analogia, quando o ser humano sente dor em alguma parte do corpo, a atitude imediata é fazer uso de um analgésico ou até um antibiótico. A intervenção corresponde ao remédio que tenta aliviar as dores de forma mais rápida dos moradores do Rio. Em seguida, é preciso identificar as causas das dores para que elas não se repitam.

 

Mas agora, como Leo Branco muito bem caracterizou em “A violência é um problema real e urgente” (Exame, 7/3/18), é hora de amenizar a dor que, para alguns parentes e amigos de pessoas que sofreram com ela, é intensa.

 

As previsões de especialistas indicam um orçamento necessário de mais de R$ 5 bilhões por ano para atender as necessidades mais urgentes. Esse investimento inclui novas tecnologias para gerar mais inteligência para a segurança, mais equipamentos, mais policiais, mais presídios que hoje têm uma população 63% superior à sua capacidade.

 

Isso provavelmente vai gerar mais prisões que funcionam hoje como “fábricas do crime”. Na Malásia, foi criado o Programa de Reabilitação Comunitária (PRC), que, em conjunto com os Ministérios da Educação e Agricultura, oferecem aos pequenos delinquentes, nos terrenos ociosos das bases militares, capacitação especializada em criação de peixes e produção agrícola e são remunerados pela venda dos produtos. A eles é oferecido o contato regular com seus familiares em alojamentos próximos, para que possam permanecer por mais tempo nesse processo de recuperação até que sejam encaminhados aos serviços de recolocação do Ministério de Recursos Humanos. Com isso, a taxa de reincidência de pequenos infratores caiu 90%.

 

Se vai dar certo ou não essa intervenção, ainda não sabemos, mas as perguntas são “Por quanto tempo?”, “Quando acabar, como será?”,  “Os bandidos voltarão às ruas?”

 

Onde estão as medidas de médio e longo prazo que garantirão a redução perene da violência no Rio?

 

Em dezembro de 2017, foi aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) o orçamento de 2018 do Rio de Janeiro, que prevê um gasto de R$ 7,5 bilhões em Educação, um pouco mais que os R$ 5 bilhões necessários para combater a violência decorrente da falta de educação e oportunidades para muitos moradores.

 

O Rio de Janeiro tem hoje dois milhões de moradores nas favelas, que, juntas, têm uma população maior do que capitais como Manaus, Recife, Curitiba e Porto Alegre.

 

Faltam as alternativas de educação criativa, com metodologias que encantam, que conduzem à empregabilidade para os moradores dessas comunidades. Enquanto isso, o tráfico de drogas aparece como uma alternativa – talvez a única – para os jovens de baixa renda, muitos deles vítimas de violência doméstica.

 

E o círculo vicioso se renova. As empresas fecham sua operação no estado do Rio de Janeiro depois de perderem bilhões com roubos de carga e serviço de segurança privada. Novos empregos são extintos, incentivando ainda mais a violência.

 

Mas fica a pergunta: Quem vai resolver as causas da violência? Baixo nível educacional da população, investimento insuficiente na educação, poucas ofertas de emprego e baixos salários.

 

Enquanto isso, não tenhamos dúvidas, as eleições se aproximam, e o combate á violência certamente será o principal assunto das campanhas.

 

* Pesquisadora do Laboratório de Cidades Criativas.

 

Imagem: Causa Operária

Criatividade e sinergia no varejo

Por Isabella Vasconcellos*

 

Com uma população estimada de 234 milhões de pessoas distribuídas em 5.570 municípios, o Brasil segue oferecendo desafios para os que se dedicam ao varejo.

 

Grande parte desses municípios não tem população suficiente para justificar a abertura de qualquer negócio, seja varejo em geral ou serviços de educação privada. Do total de municípios, 3.804 têm menos de 20 mil habitantes e são a maioria (68,3%). Existem municípios com menos de mil habitantes, como é o caso de Serra da Saudade (MG), com 812 habitantes; Borá (SP), com 839; e Araguainha (MT), com 931.

 

Existe uma forte concentração populacional no Brasil:  56,5% dos habitantes (117,2 milhões de pessoas) vivem em 310 municípios (5,6% do total).

 

As empresas querem expandir sua operação nacional para além dos grandes centros urbanos, onde o custo de operação é muito alto. Porém, dois fatores aumentam o desafio das empresas no Brasil: a crise econômica e o baixo valor da renda per capita do brasileiro, atualmente em US$ 8.649. O valor é muito baixo se comparado aos EUA (US$ 57.638) ou à zona do euro (US$ 35.008), segundo o Banco Mundial e a OCDE.

 

Mas como lidar com os desafios ?

 

O e-commerce pode ser a solução. Ele tem crescido consistentemente, mas, ainda assim, não é suficiente para atender a essa população espalhada em um território com dimensões continentais.

 

O grupo Uni.co – uma holding de varejo e dono das marcas Imaginarium, Puket (meias e moda íntima, moda praia e acessórios), Ludi (Papelaria e presentes) e MinD (decoração e design) – buscou uma solução criativa para conseguir abrir lojas nas cidades com menos de 200 mil habitantes.

 

A empresa uniu o sortimento das marcas Imaginarium, Puket e Balonè de acessórios sob a marca Love Brands. As diferentes empresas dividem os custos da loja e geram receita, permitindo superar o ponto de equilíbrio da operação. Seria impossível alcançar esse resultado de forma independente. Até 2017, já eram 50 lojas dentro desse modelo.

 

Condições adversas demandam soluções criativas e parcerias.

 

* Pesquisadora do Laboratório de Cidades Criativas.

 

Imagem: Love Brands